segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Produção do Pôster

No início do semestre, fomos informados que deveríamos produzir um pôster em grupo, sobre uma pesquisa que seria realizada na EJA. Escolhemos entrevistar educadores da EJA, sabendo por suas vozes quem são estes alunos, suas características, dificuldades, pensamento. A entrevista foi rapidamente respondida por todos os entrevistados e logo já estávamos com as nossas folhinhas prontas. Partimos para a tabulação, distribuindo a responsabilidade de cada uma do grupo. Elaboramos a síntese com bases no referencial teórico. E aí partimos para a confecção do tal pôster, ninguém tinha experiência e fomos no "acho que é mais ou menos assim". A professora Dóris enviou algumas orientações que nos ajudaram a compreender melhor o que deveríamos fazer. Feita a primeira versão, recebemos outras orientações e acho que finalmente entendemos o que é e como é um pôster.
Deste trabalho alguns pontos que merecem destaque: A ajuda em grupo, a intervenção da professora que orientou e a importância de relacionar bases teóricas com pesquisa.
Este trabalho, terá seu momento máximo na próxima quarta-feira dia 2/12, quando será apresentado aos colegas e a comunidade, trazendo uma rica troca de experiência

domingo, 15 de novembro de 2009

Um plano de aula e muitas estratégias



A disciplina de linguagem solicitou para elaborarmos um plano de aula para um dia onde deveríamos ter uma atividade de leitura, produção textual, jogo e sistematização com os devidos objetivos e explicação do desenvolvimento das atividades. Aparentemente fácil, já que somos todos professores com longa experiência docente. Mas a medida em que fui planejando pensando em estratégias de letrar e alfabetizar precisei pensar e muito. Elaborei as atividades para um quarto ano, onde parece quase esquecida a questão da alfabetização e do letramento, mas procurei desenvolver atividades que contemplassem os diferentes níveis de alfabetização e letramento dos alunos, pois lembrei daqueles alunos que são de inclusão e dos multirepetentes que apresentam grandes dificuldades na leitura e na escrita. A aula presencial do dia 11/11, nos permitiu trocas com os colegas, e a professora nos tranquilizou, dizendo que era somente para fazer um plano com todas estas atividades, mas que não seria colocado em prática, a finalidade era mesmo explorar as maneiras de trabalhar a leitura e escrita. A reflexão maior ficou com a leitura do módulo 4, "Não há como alfabetizar sem método?", entre outras coisas, aborda aspectos fundamentais no ensino da linguagem que é o planejamento e as atividades de sistematização. Esta última então parece que foi muito desconsiderada quando o construtivismo invadiu as escolas, e nem todos tiveram uma compreensão que não se tratava de um método de ensino, mas de uma teoria. Para concluir, o planejamento é quem direciona os usos do tempo na escola, as atividades de sistematização são pensadas pelo professor a fim de que o aluno vá se apropriando das regras da leitura e da escrita socialmente aceitas. Evidentemente, tudo bem amarrado dentro de um contexto para ser significativo.


REFERÊNCIAS

SOARES, Magda. Nada é mais gratificante do que alfabetizar – Entrevista. In: Letra A: o jornal do alfabetizador. CEALE, Belo Horizonte, v.1, abr/mai, 2005. p. 10 -14. (Texto 6 – Módulo 5)


TRINDADE, Iole Maria Faviero. Não há como alfabetizar sem método? (encaminhado para publicação)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Alfabetização de jovens e adultos


A interdisciplina de EJA, está sendo uma das poucas em que estou estudando teorias sem ter experiência na prática. Sempre tive curiosidades de saber como acontecia a alfabetização de adultos, pois imaginava que não poderia ser da mesma maneira como acontece das crianças em escola regular. Percebi que as colegas que começam a trabalhar com a alfabetização de adultos, ficam muito apaixonadas por este trabalho, ás vezes relatam emocionadas as dificuldades destes alunos em adaptar-se á escola. A leitura do texto de Marta Kohl:"Jovens e adultos como sujeitos de conhecimentos e aprendizagem", faz um mapeamento de quem são estes alunos. Diferenciando que Jovens e adultos de EJA, não são como pessoas que buscam uma formação universitária ou aperfeiçoamento numa área de interesse. Carregam as características de não-crianças, excluídos da escola, membros de determinados grupos culturais ( em oposição ás classes médias e aos grupos dominantes). Possuem experiências, conhecimentos acumulados, em situações de aprendizagens trazem diferentes habilidades pela etapa da vida em que se encontram, mas também outras dificuldades em comparação com a criança. A escola funciona com base em regras específicas, aprendidas por aqueles que nela estão envolvidos. A compreensão desta mecânica por vezes pode ser um obstáculo maior que os conteúdos, como seguir instruções por escrito. O adulto está inserido no mundo do trabalho, sem qualificação, com baixa remuneração e estes fatores socioeconômicos impedem um aproveitamento maior nos estudos. É claro que a escola, precisa estar atenta a esta clientela com características tão diferenciada, pois os currículos escolares foram elaborados para oferecer uma educação para crianças e adolescentes que seguiram seus estudos de forma regular, atrelando etapas de desenv olvimento com o desconhecimento de conteúdos. Jovens e adultos podem ser colocados em situações inadequadas para o desenvolvimento do processo real de aprendizagem. Paulo Freire ao pensar na alfabetização de adultos queria também encontrar uma forma de valorizar a cultura que o aluno traz e para tanto foi mentor da proposta pedagógica por temas geradores. Entretanto não é um simples método de palavras-sílabas-novas palavras. Para fazer sentido a palavra deve ser vista dentro de um contexto e principalmente que o educando se conscientize de sua situação de oprimido, como classe desfavorecida, e aja em favor da sua libertação.
Trabalhar com a proposta de tema geradores de Paulo Freire é pensar na identidade do aluno adulto, é trabalhar conteúdos sem que estes sejam a verdade absoluta, é estabelecer as relações entre a aprendizagem da escola e a da vida, enfim é alfabetizar e letrar considerando as diferentes culturas e acima de tudo exige a postura de diálogo do educador com seus educandos. Este é um semestre em que tenho sentido muito forte a interdisciplinaridade, pois as leituras da EJA, foi complememtada com os estudos da proposta de temas geradores de Paulo Freire na interdisciplina de didática.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73
FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.89-101.
Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência