terça-feira, 30 de junho de 2009

Mosaico


O mosaico



A cidade que cada membro da família nasceu
Logo que iniciou o semestre, eu registrei um comentário que gostaria que a disciplina de questões etnico-raciais pudesse me auxiliar, no trabalho que desenvolvo com ensino religioso. Relato abaixo como a atividade de mosaico se encontrou com o ensino religioso:

A atividade do mosaico foi desenvolvida com os alunos da quarta-série. Eu trabalho como regente dois e atendo esta turma uma vez por semana lecionando Ensino Religioso, esta aula tem a duração de duas horas. Sendo assim torna-se difícil fazer um trabalho mais integrado, pois muitas vezes não sei o que professor regente está desenvolvendo. Procurei fazer uma sequência dentro do meu trabalho, para que a atividade fosse mais significativa. Ao todo usei quatro aulas, correspondendo a um mês de trabalho. Primeiro estudamos a origem do povo hebreu. Depois os alunos ganharam um tema onde pesquisaram com a família de que cidade seus pais vieram e porque moram em São Leopoldo, desenhar a si mesmo, os irmãos e escrever em que cidade nasceram. Relataram as entrevistas e montamos um painel “De onde viemos”. Na segunda aula, solicitei para trazerem algum objeto ou foto que são importantes em sua família e explicassem porque. Poucos trouxeram mas valorizei ao máximo e perguntei aos outros o que eles consideram importante na família. Fizemos a relação das diferenças e que as religiões também diferem em crenças porque as origens são diferentes. Nesta aula ganharam outra pesquisa como tema, saber com a família sobre seus antepassados, sobrenomes, costumes herdados e com quem se parecem fisicamente. Também deveriam trazer figuras recortadas de pessoas que tivessem semelhanças físicas com seus familiares. Neste dia fizemos o mosaico e nos organizamos da seguinte forma: O mosaico ficou em forma de livro aberto. Metade da turma foi responsável por um lado e a outra metade pelo outro. Enquanto uma turma colava suas figuras a outra ficava na sala de informática pesquisando sobre o sobrenome de família. Para esta pesquisa na informática contei com a ajuda da minha colega Luciane Dutra, que auxiliou os alunos, enquanto eu permanecia na sala de aula. O tempo foi curto para uma exploração maior. Continuamos na aula da outra semana onde os alunos relataram o que registraram de descobertas dos sobrenomes. O que eu notei na realização das atividades: Os alunos sabem muito pouco sobre a história da sua família. Quando foi para falar de origem só três sabiam suas ascendências: uma alemã e duas italianas. Sabem muito pouco de costumes e ninguém falou em origens africanas e indígenas. Os próprios recortes, mostraram só um afro-descendente e um indígena, não sendo fiel as características reais da turma. Existe negação destas origens, como se elas não existissem. Conversei com a minha colega que leciona para o segundo ano e que também fez esta mesma atividade, ele fez a mesma observação, que no mosaico da turma dela prevalece imagens de pessoas de pele clara.